Equilíbrio, Serenidade e Impermanência
Para os japoneses, o jardim é uma extensão da filosofia de vida, um reflexo da harmonia entre o homem e a natureza, uma metáfora. No Japão, os jardins são cuidadosamente desenhados para que cada pedra, planta e elemento de água encontrem o seu lugar, a sua ordem, na tentativa de obedecerem a uma narrativa mais profunda, simbólica, evocando o equilíbrio, a serenidade e a impermanência — conceitos centrais da estética japonesa.
O jardim japonês, seja ele um “karesansui” (jardim de pedras) ou um jardim de bonsai, é uma meditação visual sobre a transitoriedade da vida, profundamente influenciada pela filosofia do Zen Budismo e do Taoísmo. Para eles, o jardim é um espaço de contemplação, onde o observador se pode encontrar com o ritmo e a ordem da natureza e refletir sobre a impermanência da vida — mono no aware — a beleza melancólica da efemeridade. Além disso, os japoneses acreditam que o jardim deve proporcionar uma sensação de paz e introspeção, e a própria forma como ele é criado, com atenção aos detalhes e ao equilíbrio natural, expressa o princípio do wabi-sabi, que valoriza a beleza da simplicidade, da imperfeição e da natureza em constante mudança. Cada jardim, tal como o bonsai, é uma obra de arte viva, moldada pelo tempo e pela paciência.